quinta-feira, 10 de julho de 2008

Em defesa dos vinhos nacionais

Foto: Gilson Pereira/divulgação

O Movimento em Defesa da Uva e dos Vinhos do Brasil promoveu este semana em Porto Alegre, sua primeira grande manifestação pública. Ameaçados de não ter como absorver a safra de 2009, cerca de 4,5 mil pessoas, entre produtores de uva e de vinhos juntamente com lideranças setoriais, prefeitos, secretários municipais e vereadores de municípios dos estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina foram às ruas da capital gaúcha.



Durante todo o dia, os manifestantes cobraram providências das autoridades visando assegurar a sobrevivência do setor, que garante emprego e renda há mais de 100 mil pessoas em todo o Brasil, sendo 20 mil famílias só da Região Sul do País. Enquanto nas ruas os participantes da mobilização ganhavam o apoio dos moradores de Porto Alegre que, do alto dos prédios, aplaudiam e empunhavam garrafas e taças de vinho, os líderes do movimento percorriam os gabinetes dos representantes dos Ministérios da Fazenda (Vito Mário M. Gallo, Superintendente Adjunto da Receita Federal), da Agricultura (Francisco Natal Signor, Superintendente Federal da Agricultura no Estado do RS) e do Desenvolvimento Agrário (Nilton Pinho de Bem, Delegado Federal do MDA) para entregar sua pauta de reivindicações. Na parte da tarde, o documento também foi entregue ao vice-presidente da Assembléia Legislativa, Cassiá Carpes (PTB), ao Chefe da Casa Civil, José Alberto Wenzel (PSDB) e ao Secretário Adjunto da Agricultura, Gilmar Tietböhl. A mobilização dos vitivinicultores já começou a surtir efeito.



Caso as reivindicações da cadeia produtiva da uva e do vinho não sejam atendidas, os manifestantes prometem voltar às ruas e fechar as fronteiras do Brasil para impedir a entrada de vinho estrangeiro no país. As lideranças também avaliam a possibilidade de promover uma manifestação pública, a exemplo da realizada em Porto Alegre , na capital federal. De acordo com o presidente da Comissão Interestadual da Uva, Olir Schiavenin, o Brasil é o único país do mundo onde o consumo de vinho importado é maior do que o de vinho nacional. "Temos vinhos excelentes, mas aqui, o vinho brasileiro é menos consumido do que o contrabandeado", afirmou.

Segundo o Diretor Executivo da Fecovinho, Hélio Marchioro, também não está descartada uma ação direta junto às redes de supermercados, que estão colocando a disposição da população os produtos que imitam os vinhos, às vezes dividindo espaço na mesma gôndola. "Eles são coniventes com os que estão enganando os consumidores", enfatizou.

Legenda: Jorge Garziera, produtor de vinhos finos do Pólo Vitivinícola do Vale do São Francisco, apóia campanha

Um comentário:

Anônimo disse...

Concentrate to the things that could give information to the people.